Canções Do Mundo Acabado





Meus olhos andam sem sono,
somente por ter avistarem
de uma tão grande distância

De altos mastros ainda rondo
tua lembrança nos ares.
O resto é sem importância.

Certamente, não há nada
de ti, sobre este horizonte,
desde que ficaste ausente.

Mas é isso o que me mata:
sentir que estás não sei onde,
mas sempre na minha frente.

Não acrediteis em tudo
que disser a minha boca
sempre que te fale ou cante.

Quando não parece, é muito,
quanto é muito, é muito pouco,
e depois nunca é bastante...

Foste o mundo sem ternura
em cujas praias morreram
meus desejos de ser tua.

A água salgada me escuta
e mistura nas areias
meu pranto e o pranto da lua.

Penso no que me dizias,
e como falavas, e como te rias...
Tua voz mora no mar.

A mim não fizeste rir
e nunca viste chorar.
(Porque o tempo sempre foi
longo para me esqueceres
e curto para te amar.)

Cecilia Meireles

4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Excelente poema. Cecília é o meu ídolo e a minha paixão.
Um abraço e tudo de bom

Paolo disse...

Bella la Foto!!

Ciao

Paolo disse...

Bella Foto

Le gambe della Ballerina sono
scolpite, e dicono molto per la postura assunta.

Ciao
Con gran Simpatia

Unknown disse...

Selma,

Sempre venho aqui ler as suas lindas postagens de Cecília, aliadas a belíssimas imagens!!!

Sempre uma maravilha!!

Beijos,

Reggina Moon

(Selma, meu link mudou:
www.versoeprosapoemas.blogspot.com)



Atalho do Facebook