Origem




















O tempo gerou meu sonho na mesma roda de alfareiro
que modelou Sirius e a Estrêla Polar.
A luz ainda não nasceu, e a forma ainda não está pronta:
mas a sorte do enigma já se sente respirar.
Não há norte nem sul: e só os ventos sem nome
giram com o nascimento — para o fazerem mais veloz.
E a música geral, que circula nas veias da sombra,
prepara o mistério alado da sua voz.
Meu sonho quer apenas o tamanho da minha alma,
— exato, luminoso e simples como um anel.
De tudo quanto existe, cinge sòmente o que não morre,
porque o céu que o inventou cantava sempre eternidade
rodando a sua argila fiel.

Cecília Meireles

Um comentário:

Sonia Parmigiano disse...

Selma,

Vim te visitar e deixar a minha expectativa de quando voce irá participar do TOP30 com esse seu maravilhoso Blog...
A Poesia precisa de mais espaço...
Beijos!!!

Reggina Moon



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